Qual o futuro dos códigos de barras?

E se os códigos de barras que usamos para identificar os produtos há mais de 30 anos estiverem com os dias contados? De informação nutricional a substituição por novas tecnologias como o RFID – identificação por radiofrequência, são vários os caminhos que estão por vir para as pequenas “barras negras” nas etiquetas dos produtos.

O futuro do código de barras esteve em discussão na assembleia-geral da GS1, uma organização global que está presente em mais de 100 países e que promove esta utilização de uma linguagem comum na cadeia de distribuição dos produtos, ou seja, os códigos de barras.

rastreabilidade-codigo-de-barras-rfid

O tema esteve em discussão na passada semana na cidade do México e contou com a presença da empresa portuguesa Saphety, que opera na área de soluções de troca eletrónica de documentos e otimização de processos e sincronização de dados. A empresa pertence à área tecnológica do grupo Sonae e está presente em 30 países, com perto de 130 mil utilizadores dos seus produtos. A GS1 também gerencia a rede mundial GDSN (Global Data Synchronization Network),uma rede que, segundo Rui Fontoura, CEO da Saphety, “permite a sincronização de informação de produtos entre os retalhistas e fornecedores”, simplificando os processos e facilitando a realização de inventários.

O maior desafio, no curto prazo, está precisamente nesta rede GDSN. O objetivo é “conseguir ter a nova versão da GDSN em produção em simultâneo em todos os mercados”, uniformizando assim a informação que é transmitida entre os retalhistas e os fornecedores. Além disso, a organização também está “comprometida com as iniciativas na área do B2C, ou seja, a disponibilização da informação sobre produtos, nomeadamente informação nutricional aos consumidores finais” nos códigos de barras, acrescenta Rui Fontoura.

Gigantes do mercado, como o eBay, já usam códigos de barras para normalizar as listas de produtos num catálogo de dados, numa lógica de sofisticação do modelo de venda. O eBay conta com o código de barras para ajudar a gerir a lista de produtos, que conta com mais de seis mil milhões de objetos catalogados. Em Setembro de 2015 a Google também passou a tornar obrigatório o uso da identificação standard do GS1 (GTIN-GS1) no seu catálogo online, o Google Shopping.

O futuro passa pelo RFID

Apesar da relevância dos códigos de barras, está em estudo uma substituição deste formato. “Acreditamos que a curto médio prazo serão substituídos por uma “nova geração” baseados em RFID”, antecipa o CEO da Saphety. Há várias vantagens: o RFID chega a ser 25 vezes mais rápido que o código de barras em contagem de ‘stock’. E na contagem em grande escala há mais rigor. Cada item tem a sua “identidade” com o RFID, e pode ser rastreado.

Num código de barras todos os items são iguais. A própria etiqueta RFID armazena mais informação do que o código de barras. Além disso, a informação pode ser regravada e pode ser lida automaticamente, sem ser necessário a aproximação do leitor.

fonte: Dinheiro Vivo